quinta-feira, 17 de março de 2011

OS ALUNOS DO 6º SEMESTRE DA 2ª ETAPA - EJA CRIAM CONTOS MUITO INTERESSANTES...

A turma do 6º Semestre da 2ª Etapa - EJA do Col. Est. Bartolomeu Bueno da Silva, sob a orientação do Prof. Paulo Sérgio, estudam CONTOS LITERÁRIOS. Depois de lerem e analisarem vários contos, de vários autores, destacando os elementos da narrativa, os tipos de discurso e a coerência e coesão textual, os alunos criaram contos narrando experiências reais de seu cotidiano...


TRAVESSURAS QUE ME FIZERAM CRESCER

Nós morávamos na fazenda: eu, meus pais e meus irmãos. Nós trabalhávamos na roça, mas era muito bom. Quando nós chegávamos, tomávamos um banho, jantávamos e íamos descansar. Meu pai, nestas horas, gostava de forrar uma esteira no chão da cozinha para deitar.
Um dia, num momento destes, minha mãe tinha posto feijão para cozinhar e nós deitamos, assim, perto do fogão a lenha, porque estava fazendo frio. Estávamos todos deitados ali, conversando e meu pai nos contando uma história. Estávamos todos tranquilos, quando, de repente, aquela panela do feijão deu um estouro. No susto, saímos todos correndo. Esfolamos meu pai na parede, que rançou até o couro do braço dele. Minha irmã, que estava no meio, foi correr, não se lembrou de que a parede era ripada com taboca, e enroscou a sai na parede e a rasgou. Ela saiu correndo sem saia. O susto foi tamanho que ela nem percebeu que estava sem roupa. Foi realmente um susto daqueles!!! Mas ninguém se machucou. Depois de tudo, todos caímos na gargalhada.
Muitas histórias aconteceram comigo e meus irmãos quando eu era criança. Nós gostávamos muito de brincar e fazer travessuras. Nós esperávamos meus pais dormirem e saíamos para andar a cavalo, à noite, para apostarmos corrida. Era muito bom, mas era perigoso. Mas, você sabe como é criança, não pensa nessas coisas! Nós corríamos na lama. Voava barro para todos os lados. Um dia, eu e meu irmão estávamos andando a cavalo. Andamos muito. Quando nós paramos, meu irmão foi apear do cavalo e não observou que eu estava na garupa, passou o pé no meu pescoço e eu caí em cima de uns cavacos de pau que meu pai tinha lavrado e estavam ali, amontoados. Eu bati com o nariz naqueles cavacos e começou a sangrar. Eu comecei a chorar. Neste momento, meu irmão falava assim:
_ Chora baixinho, para nossos pais não escutarem!
Agora, como é que ele queria que eu chorasse baixinho, se estava doendo muito. Não tem jeito de chorar baixinho numa hora dessas. Depois, tudo terminou bem. Por sorte, ninguém descobriu o perigo que passamos!
Lá na fazenda, era muito bom e divertido. Tinham muitos vizinhos. Eu ia para a casa de uma amiga, do outro lado do córrego. Para ir lá, tinha que passar por uma pinguela. Era muito difícil, mas, mesmo assim, eu ia. Nós duas éramos muito amigas. Com o passar dos anos, eu me casei e me mudei de lá. Nós nos separamos. Hoje, quase não nos vemos mais.
Foram muitas travessuras, perigos e aventuras. Momentos de diversão, de medo, de susto. Mas, com certeza, todos esses momentos foram de muito aprendizado, que me fizeram crescer.

O.L.C.
6º Sem. – 2ª Etapa – EJA – 2011 – C.E.B.B.S.



A MUDANÇA E A MOTO

Uma vez, eu estava arrumando as coisas para me mudar de casa, para uma casa bem longe daquele lugar onde eu morava. Eu pensava sempre que não iria sentir falta daquele lugar...
Mas era aí que eu estava enganada, porque tudo ali era muito especial para mim. Só que eu ainda não sabia disso. Aquela rua lembrava a minha infância, apesar de não ter sido boa, mas lembrava. Cada detalhe formava a minha vida. Mas, como tudo na vida, a gente não pode escolher o futuro. Não dá para conservar algo para sempre. Tivemos que nos mudar de lá. Afinal, a casa era de aluguel. Então, tínhamos que encontrar um outro lugar. Mas eu pensava que, se tivesse um jeito, eu queria morar ali para sempre. Se não tinha mesmo saída, fomos encaixotando tudo. Roupas sendo dobradas, móveis se desmontando, sacos e caixas de coisas. Eu sempre pensei que mudança era triste, uma bagunça só. Mas tinha um lado que era bom. Para onde nós íamos, a casa era melhor... essas coisas assim. Chegou o caminhão. Fomos carregando as coisas para fora. Em minutos, o caminhão ficou lotado. Enfim, estávamos indo. Todos foram no carro, menos eu e minha irmã. Nós duas fomos de moto. Saímos de nossa antiga casa para nos encontrar com o caminhão de mudança e o carro, que levava meu marido e minhas filhas. Fomos bem, até certa altura. Já tínhamos andado uns 3 km, quando passamos por uma lombada. Um senhor já de idade atravessou em nossa frente sem olhar. Quando percebemos, estávamos lá, nós duas caídas no chão e o velhinho com o pé todo ensanguentado. Nós duas, raladas. Veio o resgate e nos acudiu. Acabamos no hospital. O resultado? Minha irmã com a clavícula quebrada e eu, com o joelho perfurado. O velhinho, coitado! Com o pé arrancado. Estava grudado apenas pelo couro. Foi tudo muito triste!!!
E a mudança??? Nem sei direito, até hoje, quem a descarregou, quem arrumou tudo na nova casa...

Ana Flávia de Sousa
6º Sem. – 2ª Etapa – EJA – 2011 – C.E.B.B.S.


AS MADRUGADAS DO SÍTIO

Eu me lembro, quando eu era criança, que comecei a estudar, o meu pai comprou um sítio à beira da cidade, a 1 Km.
A compra do sítio foi uma alegria muito grande para minha mãe. Mas, enquanto ela estava contente, eu estava, do outro lado, chorando de tristeza, porque gostava muito de brincar de queimada, na rua, com as coleguinhas. E, lá no sítio, não tinha com quem brincar. Nos primeiros dias, eu queria morrer. Me sentia sozinha, e, ainda, tinha que me levantar uma hora mais cedo para chegar a tempo na escola. Minha mãe nos acordava, eu e meus dois irmãos, sempre cantando:
“Acorda, acorda, molecada!
É hora de ir para a escola.
Se não levantar mais cedo,
Não irá brincar de bola!”
E, com muita tristeza, lá estávamos nós, eu e meus irmãos, com 1 Km para percorrer para chegar à escola. Mas, quando chegava lá, era tudo maravilha. Estudava, brincava e me divertia. No final da aula, mais 1 Km de volta para o maldito sítio.
E, assim, se passaram três anos e nunca me acostumei. Até que, um dia, ouvi meu pai dizendo para minha mãe que tinha vendido o sítio. E vocês, como pensam que eu fiquei? FELIZ!

Neide Aparecida Alves
6º Sem. – 2ª Etapa – EJA – 2011 – C.E.B.B.S.


ENCONTRO, DESENCONTRO E REENCONTRO

Meu nome é Iolanda. Sou natural do estado de Goiás. Nasci em uma cidadezinha da região. Sou filha de um casal humilde, mas honestos e muito trabalhadores, que deram suas vidas para educar-nos: eu e minhas irmãs. Sempre com aquela vida tão humilde, fomos crescendo até pegarmos a maior idade. Assim como os pássaros criam suas penas e tomam voo, nós também batemos asas pelo mundo afora. Cada um tomou um rumo em sua vida.
Eu só pensava em trabalhar. Não tive tempo para deixar o laço do amor amarrar meu coração. Só que, um dia, tudo mudou. Mudei-me para outra cidade. Ainda não estava com minha vida muito bem organizada, pois tinha acabado de chegar naquele lugar. Não tinha amigos. Eu morava sozinha. Sempre que podia, chegava mais cedo. Ao lado da casa que fui morar, tinha um barzinho bem frequentado. Depois de um bom banho para refrescar aquele calor miserável que estava fazendo naquela tarde, coloquei uma roupinha bem à vontade e fui até o barzinho da vizinha. Ao ocupar uma mesa, pedi, para o garçom, uma cerveja gelada. Foi neste momento que eu percebi que, numa mesa ao lado, estava sentado um jovem lindo me observando. De repente vem aquele garçom vestido de smoking, muito simpático, aproximou-se de mim e entregou-me um bilhete que aquele moço mandou para mim. Ele queria me oferecer uma bebida e também permissão para sentar-se comigo. Aceite, pois era muito bonito aquele rapaz. Ele veio. Fomos conversando. Ele me fez muitas perguntas. E me falou também de sua vida. E fomos nos conhecendo. Trocamos telefone. Pagamos as despesas e fomos embora. Depois disso, ficamos nos encontrando com frequência no mesmo barzinho. E cada vez mais nos aproximávamos mais. Quando me dei conta, já estávamos completamente apaixonados. Ele ia todos os dias onde eu estava. Me ligava sempre e se mostrava muito prestativo. E, eu, sempre procurando corresponder a seus carinhos.
Como eu morava numa cidade e ele em outra, em alguns fins de semana, me levava para passar com ele. Eu me hospedava em uma pensão, a melhor daquela cidade. Lá nós dormíamos, nos alimentávamos e, de lá, íamos para as festas da cidade. E, assim, se passaram meses. Estava tudo bom demais. Tinha momentos em que ele me convidava para ir até lá no meio da semana, e marcava um lugar na estrada, onde eu descia do ônibus, nas terras de seu pai. E lá vinha o bonitão montado em seu cavalo castanho com crinas bem aparadas, arreado com um belo arreio de couro. E, na garupa do seu cavalo, bem forrada com chenil de pelo de carneiro, eu montava. E nós saíamos passeando pelos pastos afora, até chegarmos em uma bela represa que havia entre matas e muitos coqueiros buriti. Neste lugar, meu amor descia de seu cavalo e me pegava em seus braços. Tudo estava perfeito. Ali mesmo, ficávamos bem à vontade, e, em cima de sua capa de chuva, nos amávamos a tarde toda. Depois, ele me levava de volta à estrada e eu pegava novamente o ônibus de volta para casa. E, assim, se passaram mais alguns meses, até que não dava mais para ficarmos nestes encontros. Então, achamos que o casamento seria o melhor para duas pessoas que se amam loucamente. Fomos felizes. Tivemos filhos. Estávamos com a nossa vida bem sucedida.
Num mês de férias, fomos a uma viagem. Mas não sabíamos que o nosso destino estava traçado para sofrermos um acidente que viria a nos separar, não para sempre, pois o poder de Deus é muito maior que qualquer problema sobre a Terra. Quando aconteceu o acidente, o socorro, por algum motivo, me mandou para um lado, e ele para outro. Durante dois anos, não tivemos nenhuma notícia. Eu quase morri de saudades do meu amor. Eu já estava bem recuperada. Fui à procura de Olávio. Procurei pro todo lado. Depois soube que ele também estava me procurando. Tão grande foi a nossa felicidade... Um dia, ao pegar o metrô, nos encontramos bem na entrada. Eu não tinha palavras para descrever a tamanha alegria e felicidade. Eu e Olávio voltamos para casa e fomos matar a saudade. Depois disso, nunca mais nos separamos.

Ozanete Medeiros dos Santos
6º Sem. – 2ª Etapa – EJA – 2011 – C.E.B.B.S.


QUE SEJA BOM ENQUANTO DURAR

Tudo aconteceu na noite de sábado, quando resolvi sair com as amigas. Arrumei meus cabelos. Fiquei bonita e fomos para o baile.
Chegando lá, fiquei encantada ao ver um rapaz alto, de cabelos pretos e lisos, de pele clara... Muito bonito! Fiquei observando-o e ele também me olhava a toda hora. Até que, de repente se aproximou e convidou-me para dançar. Eu aceitei. Começamos a conversar. Ele contou-me que estava separado e gostaria de namorar comigo. Mas, na hora, eu não aceitei. Fiquei confusa. Então, trocamos telefone e mantivemos contato.
Assim aconteceu, até nos encontrarmos novamente. Foi então que começou uma história linda. Viajamos muito. Estávamos muito bem. Mas, um dia, sua ex-mulher começou a nos perseguir, fazendo ameaças e chantagens. Percebi que eles ainda tinham algo em comum. Morávamos longe um do outro. Eu estava em desvantagem. Não tinha como continuar. Foi assim que eu resolvi pôr um ponto final nesta história, que foi linda, mas acabou.
Como dizem os sábios: “Tudo o que é bom dura pouco, mas foi bom enquanto durou”.

Luzia Aparecida de Oliveira
6º Sem. – 2ª Etapa – EJA – 2011 – C.E.B.B.S.


O GAROTO FELIZ

Era um garoto que vivia na fazenda. Não uma qualquer, mas uma fazenda muito grande. Lá tinha muito verde, uma casa amarela grande, onde o garoto morava com seus pais e seus irmãos. Na casa ao lado da amarela, moravam todos os que trabalhavam na roça de arroz, plantando, olhando o gado e cuidando das plantações.
A mãe cuidava da casa e o pai cuidava dos afazeres da fazenda. O garoto adorava cuidar das vacas pintadas, dos bezerrinhos pintadinhos, dos cavalos pretos, das galinhas cinza e dos passarinhos.
O garoto cresceu e foi para a cidade estudar. Além de estudar, começou a trabalhar para ganhar seu dinheiro e levar os seus irmãos para estudarem também. Na escola, o garoto conheceu uma garota. Começaram a namorar. Com o passar dos tempos, os dois se casaram. Vieram os filhos e se tornaram uma família feliz.
Em todas as férias eles iam passear na fazenda dos avós. Era aquela festa, quando todos se encontravam. Numa daquelas noites, o garoto, que já tinha se tornado um pai de família, resolveu contar para as crianças a sua história. A felicidade foi completa, na noite em que o pai contou tudo o que tinha passado naquela fazenda. E, para completar, a noite estava clara e a lua muito linda naquela noite na fazenda.

Teobaldo Nascimento Borges
6º Sem. – 2ª Etapa – EJA – 2011 – C.E.B.B.S.


A PESCARIA

Eu e meu irmão fomos pescar no rio Alegre. Nós fomos de barco e levamos uma lona para fazer uma barraca. Também levamos fogão a gás e panela para cozinhar.
Eu e meu irmão fizemos uma grande barraca, depois, fizemos o jantar lá dentro. Nós jantamos, e fomos pescar. À noite, quando chegamos da pescaria, dentro da nossa barraca tinha muitas formigas. O meu irmão teve uma ideia:
_ Vou matar as formigas com gás!
Ele espalhou gás no chão, onde as formigas estavam. Depois disso, ele falou:
_ Vou ver se agora elas morrem.
Ele riscou o isqueiro dentro da barraca. Lá de fora, eu só escutei o barulho da explosão. Tudo foi pelos ares. Ele saiu do meio de tudo aquilo com a sobrancelha e a cabeça sapecada. Eu não me aguentei: comecei a sorrir!!!

Huender Nogueira Rodrigues
6º Sem. – 2ª Etapa – EJA – 2011 – C.E.B.B.S.


A MALETA

Eu tenho um tio por parte de minha mãe. O único que nos contava algumas histórias. Ele já é falecido. Isso foi há uns cinco meses. Ele era um beato. Nunca se casou, nem namorou. Ele só trabalhava na fazenda e juntava seu dinheiro numa maleta.
Ele contava que, um vez, conheceu uma moça bonita na fazenda, mas, como era muito tímido, e o pai dela, muito bravo, não teve coragem de se aproximar. Então ficou solteiro mesmo. Nunca teve mulher, nem filhos. Ele era realmente muito tímido, mas o melhor tio que tive. O dinheiro que meu tio juntou em sua maleta perdeu o valor. Como ele era muito sistemático, quase não se comunicava com outras pessoas. Ele não sabia que o dinheiro tinha perdido o valor. Achava que valia. Não se orientou com ninguém, cada vez que mudou a moeda nacional.
Achamos o dinheiro guardado após sua morte. Nada mais valia tanto papel. Tanta coisa que poderia ter feito. Tanta coisa que poderia ter vivido. O seu nome é Idelfonso Bernardo Lourena. É só isso que restou de sua vida tão prejudicada pelo excesso de timidez. Assim como o seu dinheiro, guardou também a si mesmo numa maleta, quando se fechou em seu próprio mundo.

Adriana Aparecida Lourena Dantas
6º Sem. – 2ª Etapa – EJA – 2011 – C.E.B.B.S.


A MOTO, A NAMORADA E O PÉ

Eu trabalhava numa oficina. Fui almoçar. Depois que almocei, saí para ver minha namorada na porta da escola. Mas, antes, tinha que buscar meu primo para ele também encontrar a namorada dele.
No caminho, eu avancei um PARE e bati numa perua escolar. Minha moto ficou presa embaixo da perua. Eu levantei do chão e puxei a moto. O perueiro falou que ia chamar a polícia. Eu não consegui ligar a moto. Eu pedi um garoto que estava por lá pra ligar. Ele ligou a moto e eu saí “vasado”. Cheguei na casa do meu primo e caí da moto. Eu tinha quebrado o pé. Eles me pegaram, me puseram dentro do carro e me levaram para o hospital. Chegando lá, cuidaram de mim. Passaram-se poucos minutos, foi chegando gente para me ver.
Quando me viram, começaram a rir, porque o garoto que ligou a minha moto falou na escola que eu tinha quase morrido. Disse que eu havia quebrado as duas pernas, um braço e estava em coma. Todos se desesperaram. Quando me viram e perceberam que não passava de um pé quebrado, caíram na risada!!! E a namorada??? Ficou para uma outra hora!

O.M.R.
6º Sem. – 2ª Etapa – EJA – 2011 – C.E.B.B.S.




O ACIDENTE

No ano de 2004, eu trabalhava na fazenda, que está situada no município de Paranaiguara-Goiás, a doze Km da cidade. Esta fazenda chama-se Mateira 5. O seu proprietário é o Sr. José Vicente, que é o meu ex-patrão. Eu trabalhei nesta fazenda durante quatro anos. Fui contratado para trabalhar com máquinas e gerais.
Num certo dia, o meu patrão estava no curral mostrando uns marrucos de corte para outro fazendeiro. Neste mesmo momento, pediu-me que tirasse o esterco do curral para adubar as hortaliças. Enquanto eu estava tirando o esterco de uma parte do curral, de costas para a porteira, que dava para o repartimento em que estavam os marrucos, os mesmos começaram a brigar, vindo a se jogar contra a porteira, o que a soltou e a atirou contra mim, jogando-me de rosto contra a vigota, o que provocou um corte profundo no rosto e sério esgotamento de sangue. No momento em que eu passei a mão no rosto e vi tanto sangue, desmaiei. Só acordei duas horas depois do acidente, quando já estava na cidade, no hospital. Depois, os enfermeiros me informaram que eu levei dezoito pontos no rosto e eu tive sorte de não quebrar o nariz, com a batida na vigota.
Graças a Deus foi possível me recuperar sem muitas dificuldades, sem consequências mais graves para minha saúde.
Marcos Antônio de Souza
6º Sem. – 2ª Etapa – EJA – 2011 – C.E.B.B.S.



UM BEIJO, UM ABORTO E UMA LIÇÃO

Certo dia, estava na fazenda trabalhando. Logo veio o fim da tarde. Então resolvemos ir para uma venda ali perto beber algumas cervejas. Logo chegou uma garota muito bonita. E, é claro, eu me interessei por ela. Cheguei na garota e pedi-lhe um beijo. Ela me disse:
_ Só se for agora!
Nesse dia, comecei a ficar com ela, mas não me lembrei de me perguntar se ela já tinha namorado.
Passaram-se uns dez dias, e ela me disse:
_ Me leve para a cidade!
Então eu disse:
_ Amanhã eu te levo.
Como o prometido, no outro dia, eu a levei embora. Quando chegamos na cidade, ela me disse:
_Preciso te dizer uma coisa: tenho outro namorado.
Então eu disse para ela:
_Fique com ele e me esqueça!
Neste momento. Ela apeou da moto e eu fui de volta para a fazenda. Chegando lá, já fui direto para o meu quarto. Fiquei muito mal com esta história. Passaram-se mais dez dias, eu me mudei para a cidade, Paranaiguara-Go. Lá, eu a encontrei várias vezes. Ela me disse que queria ficar comigo, mas, como eu estava muito chateado, a ignorei e disse:
_Não quero! Você me magoou muito!
No mesmo dia, ela me ligou e nós conversamos. Ela sempre insistindo na ideia de voltar. Mas, como ela tinha me magoado muito, continuei dizendo não. Depois de uns dois dias, eu encontrei com um velho amigo meu. Ele disse que queria me bater por causa de sua namorada. Eu conversei com ele e disse que não precisava daquilo. Ele me deu um empurrão e foi embora. Eu também fui. À noite, fui a uma festa numa boate da cidade. Lá nos encontramos novamente e, aí sim, nós brigamos. Os seguranças tiraram a gente dali e fomos embora, cada um para sua casa. Passaram-se uns cinco dias, nos encontramos na rua e ele me pediu desculpas. Voltamos a ser amigos.
Passou-se mais um mês...
A garota me ligou novamente dizendo que estava grávida. Ela falava que era meu e eu negava. Ela insistia. Ficou um bom tempo falando isso. Eu continuei firme em não querer assumir. Não tendo saída, ela abortou a criança e se mudou para Itarumã-Go. O meu amigo também não quis ficar com ela. Lá, ela se casou com outra pessoa. Aqui, eu arrumei outra namorada, mas não deu muito certo. Terminamos.
Agora eu já aprendi a lição. Encontrei uma outra pessoa. Estou namorando a três meses e espero que dure por muitos e muitos anos.

C.R.A.
6º Sem. – 2ª Etapa – EJA – 2011 – C.E.B.B.S.




A HERANÇA DO PAI

O pai foi um senhor por nome Teodoro, nascido no ano de 1.930. Uma grande riqueza ele formou no prazo de trinta anos. Oito filhos criou, sendo eles, cinco homens e três mulheres. Mas um deles se destacou na fazenda do seu pai: o Antônio. Este nunca se distanciou. Enquanto os outros para a cidade grande se mudaram.
O Antônio, com seus vinte anos, viu a riqueza do seu pai se acabar. A herança para os oito filhos foram oito vacas e um carro de boi. O pai, olhando para os seu filho Antônio, se lamentou:
_ Filho, a tua vida ao meu lado ficou. Para ti eu deixo a vaca mais preciosa. De tudo aquilo que tu viste, filho, restou a Mimosa. Esta é a esperança que te dou.
Abraçando seu pai, Antônio chorou. O pai abençoou-o e falou:
_ Onde tu estiveres, contigo estarei!
Antônio logo partiu. A herança Esperança, com ele seguiu. Chegando em Goiás, numa fazenda foi trabalhar. Com três anos de trabalho, conseguiu dinheiro para comprar três alqueires de terra. A esperança fruto lhe deu. Agora, ele tem a Esperança, a Malhada, a Pintada e o Mimoso. Logo se viu que do conhecimento que o pai lhe deu, a herança cresceu. No prazo de dez anos, sua herança aumentou ainda mais, pois pastos em sua fazenda formaram.
Com lágrimas nos olhos, hoje ele pode contar os mil bois que acabou de comprar. Viu novamente toda a riqueza do seu pai. Na Fazenda Esperança ele agora está. Com seus 68 anos, este sonho pôde realizar, pois com ele, o conhecimento do seu pai sempre esteve. E o Estado de Goiás pode se orgulhar. O Antônio aqui está e aqui vai ficar.
O Antônio nos ensina que não importa o quanto você tem, o quanto você pode fazer. Hoje você pode ter um, mas amanhã pode ter um milhão.

Edvaldo Vicente da Silva 
6º Sem. – 2ª Etapa – EJA – 2011 – C.E.B.B.S.


A AMADA INESQUECÍVEL

1966, nasce Rosário, uma linda bebê, perfeita, com suas bochechinhas cor de rosa. Foi muito bem recebida por seus pais e seus irmãos. Isso, por serem seis meninos, e, agora, veio a tão esperada filha! Foi muito bem criada, com todo amor que merecia.
O tempo foi passando. E, como tudo muda, Rosário também mudou. E mudou muito. Tornou-se uma linda moça, muito vaidosa. Estava sempre muito bem arrumada. Chamava a atenção das pessoas que por ela passavam. Com seu andado elegante, os quadris rebolando, “pra lá e pra cá”, muito graciosa, muito charmosa. Linda moça! Os rapazes da região até a procuravam para namoro, mas ela nunca estava preparada para este tipo de sentimento. Não sei se ela realmente não estava preparada, ou ainda não havia encontrado seu pretendente preferido. Ela, em conversa com sua mãe, dizia que ainda não encontrara ninguém que fizesse seu coração balançar. Então a mãe lhe dizia que não se preocupasse, que, um dia, tudo iria mudar, que, um dia, o seu amor iria chegar. Rosário continuava sua vida de mulher. Vida que uma bela moça pode ter.
Um dia, suas amigas convidaram-na para ir a uma festa. Rosário se aprontou. Ficou linda! Deslumbrante! Foi à festa com suas amigas. Então, logo que chegaram, procuraram uma mesa que estava arrumada especialmente para ela. Sentou-se ali com as amigas, sem imaginar que, nesse exato momento, seu destino seria mudado para sempre. Quando ela olhou para mesa ao lado, ali estava sentado Otávio, um belo rapaz. Ela não resistiu sem olhar para o moço e sentiu-se encantada. Pela primeira vez, seus olhos olharam realmente para alguém. Mas ela ficou quieta. Porém, Otávio também estava encantado com sua beleza. Logo deu um jeitinho de convidá-la para dançar. Com suas mãos transpirando, seus olhos brilhando, frente a frente. Aos poucos, seus lábios foram se aproximando e se beijaram. Aconteceu o primeiro beijo de Rosário. Ela estava loucamente apaixonada. E estava sendo correspondida. Começaram a namorar.
Após algum tempo, ficaram noivos e se casaram. Seu pai fez aquela festa, com direito a tudo! Rosário sentia-se muito feliz. Na noite de núpcias, Otávio, como sempre, muito carinhoso o tempo todo com sua noiva, agora, sua esposa. Tiveram cinco filhos. Uma família feliz e muito bonita. Viviam uma vida perfeita de um belo casal com belas crianças, sendo dois meninos e três meninas. Mas, como nem tudo que é bom dura para sempre, Rosário contraiu uma doença fatal, transmitida por um mosquito. Sofreu muito com a doença hemorrágica e morreu, em vinte e quatro horas. Deixou seu esposo com as crianças. O tempo passou. Otávio sofreu muito com a falta de sua amada. Tentou criar seus filhos sozinho, mas foi muito difícil. Ele trabalhava muito. As crianças ainda pequenas, não podiam ficar sozinhas em casa.
Otávio resolve se casar novamente. Conheceu Margarida, uma ruiva que veio morar na terceira casa ao lado. Ela tem dois filhos. Eles se casam. Juntam as famílias. Otávio tenta ser feliz novamente com Margarida. Mas, na verdade, nunca esqueceu sua amada, Rosário.

Ozanete Medeiros dos Santos
6º Sem. – 2ª Etapa – EJA – 2011 – C.E.B.B.S.




MINHA VIDA E MINHA ESCOLA

Se juntarmos mil pessoas e pedirmos para falar da vida, teremos mil formas de expressar.
Hoje eu quero falar da vida e a escola.
Aos meus 38 anos, tenho o prazer de estar na sala de aula, na EJA, para ser mais preciso.
A vida é uma grande história
que podemos contar de várias formas: do nascimento
até o descobrimento do prazer que ela nos dá.
As Ciências vêm para completar a História,
que eu estou a rezar. Nela, adquirimos o conhecimento
do nosso corpo, que nos faz andar.
A Geografia, não podemos nos esquecer.
Ela registra o lugar onde nascemos e, também,
onde podemos viver, mostrando os seus oceanos,
planaltos, montanhas e serrados inesquecíveis.
Eu não posso me esquecer de que o Inglês vem nos envolver, uma outra língua a aprender.
Com o Português venho expressar a grandeza da vida
que vem nos ensinar. Sem ler não posso escrever.
Sem a palavra, fica difícil viver.
Sem ler não posso expressar a história que estou a passar.
Sem ler, como eu vou falar, pois as palavras vão me faltar?
Assim como a História, a Ciência, a Geografia,
o Inglês, a Língua Portuguesa,
a Matemática esquecida não está,
pois ela vem nos mostrar que estudando, aprendemos a contar, e os resultados nunca podemos mudar.
Quer queira no passado, no presente ou no futuro,
ela vai ser sempre igual 1+1=2.
Estudar e adquirir conhecimentos.
A EJA vem nos abrir as portas para o mundo.
Então vamos abraçá-la.
Obrigado meus mestres!

Edvaldo Vicente da Silva 
6º Sem. – 2ª Etapa – EJA – 2011 – C.E.B.B.S.